Você sabe o que significa a expressão cigana “optchá!”? Se você já teve contato com a incrível comunidade cigana ou já frequentou um terreiro de umbanda, já deve ter ouvido alguém falar com entusiasmo, mas o que será que significa?
Optchá é uma expressão do dialeto romani (não confundir com romeno) dos povos nômades, também conhecidos como ciganos, que significa salve, bravo ou pode ter sentido de grito de força, algo como um “olé”.
Além disso, essa incrível expressão é carregada de muita energia e é comum ouvi-la durante alguma oração ou canção. Basicamente é uma forma de atrair boa sorte e energias positivas.
Nesse texto falaremos sobre:
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Aqui, no Brasil, o termo chegou com os ciganos vindos da região da Hungria e logo caiu no gosto popular de quem gosta da cultura cigana. Logo, para as comunidades brasileiras, o termo é, sim, próprio desse povo alegre e nômade.
No entanto, os grupos mais tradicionais ligados às origens não reconhecem o termo, não falam e podem interpretar de forma ofensiva se você falar para eles. Isso se deve ao fato da palavra Optchá ter uma possível origem húngara, e não do dialeto romani.
De qualquer forma, antes de chegar saudando com um alegre Optchá, investigue para saber se o termo é aceito. Não queremos um incidente diplomático por falta de informação, não é mesmo?
Quantas vezes em sua vida você cruzou com um bando itinerante de ciganos? Quantas vezes conversou com um cigano de fato? Agora me diz quantas vezes ouviu os absurdos sobre ciganos serem desleais, ladrões, sequestradores de crianças e bruxos?
Vamos desmistificar algumas afirmações e contar outras curiosidades do povo. Acompanhe!
As origens são incertas, já que não faz parte da cultura fazer registros escritos. Aliás, muitos não são alfabetizados e essa nem é uma escolha deles, já que os gadgés – os não-ciganos – dificultam o acesso das crianças às escolas.
Acredita-se que as primeiras tribos sejam de guerreiros que saíram da índia no século XI e se espalharam pelo mundo. Em especial no Egito, o que lhe rendeu os nomes de gypsy (inglês) e gitanos (espanhol).
O fato é que seu instinto curioso e o prazer por conhecer novos lugares proporcionou vasto conhecimento. Além disso, carregavam consigo todas as novidades de um lugar para outros. Dessa forma, conhecimento mais novidades regionais, acabaram atribuindo aos ciganos a fama de feiticeiros, magos ou bruxos de forma pejorativa.
Eles são sobreviventes e lutadores que foram expulsos de inúmeras cidades, descartados como lixo e caçados como animais durante a segunda guerra mundial. Mal compreendidos, os ciganos viveram – e alguns ainda vivem – à margem da sociedade.
Romani é uma língua ágrafa, ou seja, não é escrita e só é falada. Por isso, é normal ver algumas variações de escritas de alguns termos como Optchá sem acento ou gají e gajó para falar sobre gadgés.
O fato é que cada tribo tem suas particularidades e termos. Por isso é difícil achar um “dicionário” romani.
No mundo todo temos três grandes grupos: os Rom, os Sinti e os Calon. O povo Rom se consideram os ciganos autênticos (e pode ser que eles não fiquem felizes com seu Optchá!). Eles são o maior grupo, o mais estudado e dele nascem mais alguns subgrupos:
Além disso, os Rom estão em maior número nos países balcânicos, principalmente na Romênia.
Os Sinti (ou Manouch) estão espalhados pela Itália, França e Alemanha. Falam um dialeto chamado sintó, uma variação do romani.
Por fim, tem os Calon que são mais frequentes em Portugal e Espanha e são o grupo mais numeroso no Brasil. Sabe aquelas roupas coloridas e danças maravilhosas? Vem deles! Os Calon que são responsáveis pela criação da dança flamenca
Optchá!!! Vamos ter casamento, sim! Aqui, no Brasil, pelo menos eles aprovam essa união. O gadjé pode tornar-se cigano vindo morar com a comunidade ou o(a) cigana pode virar gadjé.
Esse é um povo livre, sem amarras. Por qual motivo não iriam permitir o amor entre duas pessoas?
Esses rituais são um dos grandes culpados de não termos tantos registros da história dos ciganos pelo mundo. É culturalmente aceito que eles se livrem dos pertences do(a) falecido(a), inclusive as barracas que moravam.
Tudo é queimado, de roupas a objetos. As pessoas que viviam com o falecido podem se juntar a outros grupos ou, dependendo da importância de quem morreu, outra pessoa pode ficar em seu lugar naquele núcleo familiar.
Cigano não é uma religião e nem nunca foi. Ser cigano é um estilo de vida livre, sem amarras. As constantes viagens tem dois grande motivos: por prazer e por sobrevivência.
A sobrevivência só é necessária por que a ignorância dos gadjés os obrigam a ser assim. Dificultam coisas simples, como coleta de lixo do local onde estão, não permitindo a escolarização de crianças e dificultando o registro dos recém nascidos.
Esse estilo de vida permeia o imaginário e, é claro, que iria imprimir alguma característica na mais famosa religião brasileira, a umbanda. Em algum momento da história, os ciganos se encontram com a umbanda e a imagem da cigana dançarina é associada à Pomba Gira.
Inclusive, há guias ciganos na umbanda que trazem mensagens de amor e prosperidade. Portanto, se você frequentar um terreiro e ouvir alguém gritar Optchá!, saiba que é uma saudação de elevação, com o mesmo sentido de Ogunhê! para os filhos de Ogum.
Optchá, ciganos e gadjés! Se você gostou desse texto ou quer compartilhar seu conhecimento sobre esse povo incrível, deixe sua mensagem aqui nos comentários!
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