Neste artigo vamos falar da origem das estações do ano, que também é conhecido como a lenda das 4 estações.
O Outono possui algumas características que interferem diretamente na nossa rotina, isto é os dias ficam mais curtos e mais frescos, a primavera traz cores e flores, o Verão com o calor e o bronzeado e o inverno com a calma, o aconchego. Assim, se forma as quatro estações do ano
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Mas para adentrar mesmo na Origem das estações do ano vamos ler agora o conto de Robson A. Santos.
Índice do Conteúdo
Era uma vez quatro irmãos: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Eles trabalhavam muito e nem sempre se encontravam. Quando um viajava de um lado do mundo, o outro viajava do outro lado.
Contam as lendas que uma vez por ano eles se encontravam para um almoço em família com direito a sobremesa e muita música.
Esta história que estamos vendo aconteceu no último almoço:
Todos se sentaram esperando Inverno, estranhando porque ele nunca se atrasava, por isso se perguntavam “O que estaria acontecendo com o inverno?”
Passou um tempo e eles, muito preocupados, resolveram sair para procurá-lo. Quando saíram no jardim, lá estava Inverno, com um casaco cinzento e chorando encolhido em um canto. Foi quando Primavera se aproximou e lhe perguntou:
– O que aconteceu?
– Quem te machucou? Vou dar um jeito nisso! – bradou Verão.
– Tenham calma, vamos ouvir o que nosso irmão tem para falar – prosseguiu a Primavera.
Secando as lágrimas com a manga do casaco, contendo o choro, Inverno começou a falar:
– Estou triste! Não deveria ter vindo, não quero estragar o almoço.
– Vamos entrar e lá conversaremos melhor. – disse a Primavera.
Os irmãos abraçaram Inverno e entraram para a sala de jantar. Estavam intrigados, pois Inverno sempre chegava animado e sorridente, o que poderia ter acontecido? Todos se sentaram ao redor da mesa farta esperando que Inverno falasse algo, mas o silêncio pairava no ar até que, fungando um pouco, Inverno começou a falar:
– Antes de vir para cá passei por vários lugares do mundo e ouvi muita gente reclamando na região onde eu morarei durante um tempo. Reclamavam do frio, da tristeza que eu levava nesta época e que não permitia que as pessoas vivessem sorrindo como se estivessem no calor do Verão. Ninguém gosta de mim!
– Não é isso, Inverno, as pessoas sempre reclamam. Não ligue para isso! – Disse o Verão
– E como não ligar? Todo mundo gosta do seu calor, das flores da Primavera e das frutas do Outono. Mas quando eu chego todo mundo se esconde e ninguém quer saber de mim.
– Calma, meu irmão – disse a Primavera – Cada um de nós tem sua importância e todos nos completamos. Eu chego trazendo cores e flores, o Verão com o calor e o bronzeado, o Outono com as frutas e você com a calma, o aconchego.
– Primavera tem razão, mas quando eu chego com o calor tem sempre alguém que reclama que está muito quente e chegam até passar mal.
– E eu, então, tem gente que nem gosta de frutas? Passam pelas feiras e mercados e não ligam para as frutas madurinhas que ali estão. Nem olham para os pés de frutas nos pomares.
– Pois é, todos vocês têm alguma coisa para que as pessoas observem ou reclamem e eu? Quando eu chego não trago nada para elas! Só o frio!
Os irmãos se olharam, pois seus argumentos pareciam complicar ainda mais a situação. Não sabiam o que fazer para alegrar o irmão que se encontrava tão desolado. Olhavam um para o outro, para o teto, para o chão e de novo um para o outro e não achavam uma resposta.
Estavam ali quebrando a cabeça quando um senhor grisalho entrou na sala de jantar, perguntando se poderia começar a servir. Ao olhar para Inverno choroso e triste se aproximou dele:
– Mestre Inverno, o que aconteceu? Por que o senhor está triste? Entrei aqui esperando ouvir sua gargalhada ou ver o seu sorriso.
Inverno se encolheu mais, porém, olhando para o mordomo, disse:
– Amigo Tempo, desculpe se o frustrei, mas estou muito triste para sorrir ou gargalhar.
– E qual o motivo de tanta tristeza? – Disse o Senhor.
Os irmãos olharam para o mordomo que parecia querer tirar o Inverno daquela tristeza, a amizade deles era muito grande. Inverno, pacientemente, explicou para Tempo tudo o que o entristecia. Quando terminou, foi a vez de Tempo dar uma gargalhada. Os irmãos acharam que o mordomo estava louco e não falaram nada.
– Mestre Inverno, pare com isso, não dê atenção a comentários maldosos de quem não entende o ciclo das estações e da vida. Venha cá!
Dizendo isso, deu um abraço apertado em Inverno. O frio do Inverno não incomodava Tempo e aos poucos, depois de mais um monte de choro, Inverno se acalmou.
– Escute, Mestre Inverno, as pessoas que reclamaram não perceberam que na sua estação o calor está muito presente, assim como as cores e os sabores, só que de forma diferente das estações de seus irmãos.
– Como assim? – perguntou Inverno.
– O calor que aparece no inverno vem do coração das pessoas que se aproximam mais, se abraçam mais e com isso se aquecem. Vem do fogo aceso que faz com que as pessoas fiquem mais perto entre as cores estão presentes nas roupas que as pessoas vestem, tornando-as mais elegantes. E os sabores estão presentes nas sopas, nos pratos deliciosos que as pessoas preparam. Como você pode ver, Mestre Inverno, quando você chega tudo muda realmente, mas para melhor.
Um sorriso se abriu no rosto de Inverno, acompanhado de sorrisos dos irmãos. Todos olhavam para Tempo lembrando que o melhor mestre é o tempo, que só ele pode ensinar aquilo que outros não conseguem. A humildade de Tempo era sua maior qualidade, tanto é que ele nunca quis ser mais do que o mordomo nas reuniões dos irmãos.
Mais uma vez, Tempo foi até Inverno dando-lhe um grande abraço. Os irmãos se levantaram e todos juntos abraçaram Inverno e Tempo, fazendo com que toda a tristeza fosse embora, no aconchego daquele abraço, na alegria do contato e no calor de quem se ama.
Quando perceberam o significado e a origem das estações do ano, o abraço demorou um pouco e quando voltaram para seus lugares os sorrisos haviam aumentado e todos, como se nada tivesse entristecido os irmãos, começaram a conversar. Tempo começou a servir o almoço e, depois de satisfeitos, todos sentaram ao redor da lareira e cada um começou a contar uma história.
Inverno percebeu que além de trazer aconchego e tudo aquilo que Tempo falou, trazia também o prazer de contar histórias ao redor do fogo!
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