Você deve estar se perguntando quem é Shiva, não é mesmo? Shiva é um dos mais importantes deuses do trimurti hinduísta, que é composto também por Brahma e Vishnu.
Se fôssemos pensar em sincretismo religioso, a principal pergunta é: quem é Shiva na umbanda? Ele seria uma união de muitos orixás, entre eles o Omolu, Exu e até mesmo Oxumaré.
A ele é atribuído o papel de destruição do universo para que Brahma o reconstrua e Vishnu o mantenha até o final do ciclo. Parece contraditório e interessante imaginar que um deus da destruição é tão cultuado na Índia.
Mas para os indianos seguidores do hinduísmo, o processo de destruição é visto como algo bom. Afinal, se está sendo destruído é porque algo está errado e deve ser refeito.
Muito além do estereótipo de destruidor, ele também é patrono das artes – principalmente da dança – e da yoga. Além disso, o significado literal de “Shiva” é “aquele que não é”.
Para alguns adeptos do hinduísmo, a base desta existência e a qualidade fundamental de todo o universo é um vasto vazio e inclusive buscam bases científicas para isso: a ciência moderna de hoje provou que tudo neste universo vem do nada e volta ao nada.
Dessa forma, Shiva é o útero do qual tudo nasce, e ele é o esquecimento no qual tudo se regenera. Tudo vem de Shiva, e novamente vai para Shiva.
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A imagem de Shiva é representada como um homem atraente, forte, com uma lua crescente na cabeça, uma cobra enrolada no pescoço e com um tridente em uma das quatro mãos.
Além disso, há quem o represente apenas com a garganta azul. Outros preferem o representar com um Deus quase que completamente azul, exceto pelas mãos e pés.
Outra forma de encontrá-lo é com a sua esposa Parvati ao lado, no qual representam a dualidade humana em perfeito equilíbrio.
Para muitos hinduístas, uma das encarnações de Shiva foi na Terra como um homem comum, porém, extremamente sábio. Era tão inteligente, que acabou virando o primeiro guru e ensinou muitas pessoas.
Além do mais, seu conhecimento sobre o corpo e o bem-estar o fizeram primeiro Yogi também, ou seja, foi o primeiro a desenvolver e ensinar técnicas de yoga.
Acreditam que a primeira troca de conhecimentos sobre yoga ocorreu às margens do Kantisarovar, um lago gelado localizado a poucos quilômetros de Kedarnath, no Himalaia.
Foi lá que Shiva começou a dar uma descrição sistemática das técnicas para seus primeiros sete discípulos. Estes sete sábios, hoje são conhecidos como Saptarishis. E isso teria acontecido antes do advento de todas as religiões, ou seja, antes que a humanidade se dividisse como é hoje.
Segundo o Sadhguru Isha a relação de Shiva com o Yoga é profundo, místico, poderoso e indissociável:
“Chamar alguém de yogi significa que ele percebeu que o universo é ele mesmo. Se você tem que habitar esta criação dentro de você mesmo por um momento, você tem que se tornar esse vazio. Somente o vazio pode conter tudo dentro de si. Tudo o que não é vazio não pode estar contido em si mesmo. Uma embarcação não pode conter o mar. Este planeta pode acomodar o oceano, mas não pode conter o sistema solar. O sistema solar pode acomodar os planetas e o Sol, mas o resto do céu não pode acomodar o Ganges. Se você for passo a passo assim, eventualmente verá que só o vazio pode conter tudo. A palavra yoga significa união. Yogi é aquele que experimentou esta união.”
Reza a lenda que Shiva apaixonou-se pela princesa Parvati e lhe tomou como esposa. Entretanto no evento do casamento, em um dado momento as linhagens dos noivos são declaradas.
Para um rei, sua linhagem é a coisa mais importante que é o orgulho de sua vida. Assim, a genealogia de Parvati foi celebrada com grande pompa pelo seu pai e todos os convidados.
Por fim, quando terminou de descrever o orgulho de sua linhagem, o rei e a princesa aguardaram a linhagem de Shiva. Entretanto, o deus ficou em silêncio. Os convidados começaram a ficar alvoroçados.
E não eram poucos convidados, estavam deuses de todas as espécies, demônios, fantasmas e até mesmo vampiros. Todos se entreolharam e imaginaram que Shiva tivesse vergonha de sua linhagem.
Nisso, um sábio ergueu-se com seu instrumento musical, uma veena (espécie de banjo), e começou a tocar repetidamente uma única nota. Irritado, o rei esbravejou e perguntou se Shiva não tinha pais. O sábio então começou a falar:
— Ele se compôs. Eles não têm pai nem mãe. Não têm ascendência, nem família. Não pertencem a nenhuma tradição nem tem nenhum estado. Ele não tem qualquer constelação. Nenhuma estrela da sorte o protege. Está além de todas essas coisas. Ele é um yogi e fez de toda a existência uma parte de si mesmo. Há apenas uma linhagem para eles – som. Quando a natureza vazia passou a existir, Então, a primeira coisa que surgiu foi o som. Sua primeira expressão é na forma de um som. Ele apareceu pela primeira vez como um som. Antes disso não era nada. Essa é a razão pela qual estou tocando essa única nota.
Então, os convidados e os pais da noiva se deram conta de que se tratava de um legítimo deus.
Shiva nem sempre foi azul. De acordo com uma antiga lenda, deuses e demônios agitaram os oceanos à procura de um néctar da imortalidade.
No entanto, surgiu de lá um pote de Halahala, um veneno mortal para toda a criação. Tanto os demônios quanto os deuses correram para pedir ajuda a Shiva, que seria a única divindade capaz de beber esse veneno sem morrer.
Por compaixão, Shiva bebeu o veneno, mas sua esposa Parvati, com medo de ver seu amor morrer, apertou a garganta de Shiva para que o líquido não descesse até o estômago. Dessa forma, a pele de Shiva ficou azulada, começando pela garganta.
Espero que tenha gostado de saber mais sobre Shiva e a religião hinduísta! Um grande beijo e até a próxima!
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