Umbanda e Candomblé

Você sabia que nosso vocabulário tem palavras de origem Africana?

As palavras africanas estão ligadas a diversos vocabulários e gírias de uso comum em nosso dia a dia. São conhecidas como palavras afro-brasileiras ou vocabulário africano e facilmente inseridas no contexto da cultura africana no Brasil. Um exemplo muito comum e utilizado por todos é a palavra de origem africana: Macumba, que significa a atribuição aos cultos afro-brasileiros.

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Mas se você está procurando as palavras brasileiras de origem africana, e quer saber um pouco mais sobre o Dia da Consciência negra e a origem dessa cultura no país, continue a leitura:

Palavras de origem africana e a escravidão no Brasil

Índice do Conteúdo

A escravidão surgiu no Brasil no século XVI, quando houve a necessidade de mão-de-obra na produção de açúcar. Os portugueses traziam os africanos retirados de sua terra natal em porões de navios negreiros (também conhecidos como tumbeiros), em condições precárias, passando por diversas necessidades e sendo açoitados quando pediam ajuda ou reclamavam. Aqui eles eram vendidos aos senhores de engenho, e passavam a ser de propriedade deles, que poderiam decidir até mesmo até quando viveriam.

No século do ouro em XVIII, alguns conseguiram comprar a sua alforria após juntarem tudo de valor que podiam durante toda uma vida. Alguns tentavam dar esse “presente” aos seus filhos ou netos, pois não tinham mais saúde para viver. Mas a alforria era para poucos e isso não passava de uma ilusão, em um ambiente onde afro-brasileiros eram escravos, como seriam aceitos na sociedade? Como se sustentariam, estudariam, criariam esperança de mudar de vida? Então, se submetiam novamente a trabalhos forçados para poderem comer.

Diversas revoltas aconteceram nesse período, muitos conseguiram escapar de seus donos e tentavam de alguma maneira resistir às dificuldades, às perseguições e ao tempo.

Por meio do século XIX a escravidão começou a ser discutida pelos ingleses, que queriam por um fim ao tráfico de escravos. Seria esse um movimento de bondade e solidariedade? Não. O interesse deles era o mercado que eles conseguiriam para seus produtos caso dessem oportunidade dos afrodescendentes crescerem pelo menos um pouco na vida (isso em uma visão mundo, não somente no Brasil). Então, no final deste século a luta surtiu resultado, e a escravidão teve seu fim.

No Brasil em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea e acabou com o período de escravidão forçada. Mas por que forçada? Pelo mesmo motivo que aconteceu quando compravam a alforria. Assinar uma lei e não dar possibilidades de serem integrados à sociedade, faziam com que voltassem à escravidão de forma voluntária com o único intuito de não morrerem de fome.

O Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares se localizava na União dos Palmares, atual Alagoas. Ele era o maior território para os escravos que fugiram das senzalas. Seu último e mais conhecido líder foi Zumbi dos Palmares. Esse local era símbolo de resistência e luta contra os senhores de engenho, possuía uma incrível força para se defenderem mas, em 1694 uma investida liderada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho destruiu a capital de Palmares, e após 15 anos de liderança, Zumbi foi traído pelo companheiro Antônio Soares que entregou seu esconderijo ao capitão Furtado Mendonça.

O líder foi apunhalado, mas resistiu e fugiu. Somente em 20 de novembro de 1695 – quase 2 anos depois – Zumbi foi encontrado, assassinado e teve sua cabeça cortada e levada ao governador Melo Castro. Ao chegar em Recife, ela ficou exposta para que todos os afrodescendentes soubessem que Zumbi não era imortal e que a esperança havia acabado.

Há relatos de que a traição de Antônio, tem uma explicação. Alguns historiadores contam que há indícios de que Palmares na verdade era uma ilusão, pois Zumbi enlouqueceu com sua ira contra os europeus e fazia de seus companheiros escravos, os obrigando a trabalhos severos e sendo explorados dia e noite.

Verdade ou não, o Quilombo ainda era um fio de esperança para àqueles que tinham no peito a vontade de conhecer o que é ter uma terra natal.

A resistência cultural, o poder dos Orixás e a vontade de Ifá

Para quem é arrancado de sua terra, o que resta é carregar a fé no peito. É nessa parte da história que o Candomblé ganha um culto diferente no Brasil, na África o comum era cada nação ter um Orixá cultuado, aqui o Candomblé se expressa com um grande número de Orixás.

O motivo é que a consciência negra não morreu, o amor pela pátria permanecia forte e acima de tudo: a energia dos Orixás pulsavam em suas veias. Na senzala haviam 2 pontos que os escravos precisavam lidar:

1- Como as nações eram diferentes, cada um deles possuíam um Orixá como representante. Então decidiram um conhecer melhor o Orixá do outro e assim passaram a cultuar todos, cada qual com sua energia característica;

2- Os seus “donos” não poderiam saber desse culto, então surgiu o sincretismo. Os escravos enterravam os objetos que representavam os Orixás, em cima construíam um altar e colocavam uma imagem de um Santo que eles julgavam ter uma energia próxima ao dos Deuses deles, e assim eles podiam realizar as suas honras aos Orixás, pois os senhores achavam que estavam rezando aos Santos de sua forma.

Por isso, também encontramos o sincretismo de um Orixá diferente em alguns estados, como por exemplo Xangô que tem sua associação com: São Jerônimo, São João Batista e São Pedro. Isso porque não havia como uma senzala combinar com outra em um outro local qual Santo representava que Orixá. Mas o que importa é que a ideia teve resultado e essa fé sustentou a esperança desse povo por muito tempo, a maior prova é que o Candomblé resiste até hoje e serviu até de inspiração para a Umbanda.

Não se sabe ao certo como o Jogo de Búzios era praticado nas senzalas, mas há registros de que o Oráculo de Ifá permaneceu vivo. Uma das provas era a crença dos escravos de que essa situação teria fim e também o uso dele nos Quilombos, levando em consideração que esses redutos surgiram um tempo depois do início da escravidão, e mesmo assim o jogo permanecia vivo e com suas tradições, é sinal de que a prática existia anteriormente.

Ele funcionou durante esse longo período como o alimento do espírito, trazendo fé e clareza para a mente dos que buscavam respostas.

O Dia da Consciência Negra

O 20 de novembro é  o dia reservado para a conscientização da importância da cultura afro em nossa formação e do nosso país, esta data foi escolhida em 2009, onde começou a fazer parte do calendário escolar.

O feriado da Consciência Negra só passou a ser exercido em algumas cidades brasileiras em 2011 com a lei 12.519/2011 sancionada pela presidente Dilma Roussef. Porém é de decisão dos representantes do município se o dia será visto como um feriado local ou não.

Palavras de origem africana e seus significados

A

ABADÁ – Túnica folgada e comprida. Atualmente, no Brasil, é o nome dado a uma camisa ou camiseta usada pelos integrantes de blocos e trios elétricos carnavalescos.

ABARÁ – Quitute semelhante ao acarajé. A massa feita de feijão fradinho e os temperos são os mesmos. Os bolinhos envoltos em folhas de bananeira são cozidos em banho-maria.

ACARÁ – Peixe de esqueleto ósseo.

ACARAJÉ – Bolinho feito de massa de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e servido com camarões secos.

AFOXÉ – Dança, semelhante a um cortejo real, que desfila durante o carnaval e em cerimônias religiosas.

AGOGÔ – Instrumento musical formado por duas (ou três) campânulas ocas de ferro.

ALUÁ – Bebida feita de milho, arroz cozido ou com cascas de abacaxi.

AMUO – Mau humor passageiro, revelado no aspecto, gestos ou silêncio; arrufo, calundu.

ANGOLA – Nome dado a uma das mais conhecidas modalidades do jogo de capoeira e, também, a um dos cinco países africanos de língua portuguesa.

ANGU – Massa de farinha de milho ou de mandioca. Angu-de-caroço: Coisa complicada.

AXÉ – Saudação; força vital e espiritual.

AZOEIRA – Barulhada, zoeira, bagunça.

B

BABÁ – Ama-seca; pessoa que cuida de crianças em geral; pai-de-santo; a origem é controvertida sendo, para alguns estudiosos originária do quimbundo, e para outros do idioma iorubá.

BABACA – Tolo; boboca.

BAGUNÇA – Baderna, desordem.

BALANGANDÃS – Enfeites,originalmente de prata ou de ouro, usados em dias de festa.

BAMBAMBÃ ou BAMBA – Maioral, bom em quase tudo que faz.

BAMBERÊ – Cantiga de ninar entoada por negras velhas da Região Amazônica. (“Bamberê, bamberá / criança que chora quer mamá / Moça que namora quer casá / Galinha que canta quer botá / Bamberê, bamberá)

BAMBOLÊ – Aro de plástico ou metal usado como brinquedo.

BANCAR – Fazer o papel de; fazer-se de.

BANGÜÊ – Padiola de cipós trançados na qual se leva o bagaço da cana.

BANGUELA – Desdentado. Os escravos trazidos do porto de Benguela, em Angola, costumavam limar ou arrancar os dentes superiores.

BANGULÊ – Dança de negros ao som da puíta, palma e sapateados.

BANTO – Nome do grupo de idiomas africanos em que a flexão se faz por prefixos.

BANTOS – Povos trazidos do sul da África, principalmente de Angola e Moçambique, que espalharam sua cultura, idiomas e modos.

BANZAR – Meditar;

BANZÉ – Confusão.

BANZO – Tristeza fatal que abatia os escravizados com saudades de sua terra natal.

BAOBÁ – Árvore de tronco enorme, reverenciada por seus poderes mágicos.

BATUQUE – Dança com sapateado e palmas, com som de instrumentos de percussão.

BERIMBAU – Instrumento musical, composto de um arco de madeira com uma corda de arame vibrada por uma vareta, tendo uma cabaça oca como caixa de ressonância.

BIRITA – Cachaça; gole de cachaça.

BITELO – Grande; de tamanho exagerado.

BOBÓ – Um tipo de purê feito de aipim ou inhame.

BOCA-DE-PITO – Pitada; tragada em cigarro, charuto ou cachimbo;

BOLOR – Vegetação que provoca decomposição em matérias orgânicas.

BOMBA – Certo doce de forma cilíndrica ou esférica feito de massa cozida e glaçado na parte superior.

BOROCOXÔ – Molenga. Entristecido.

BRUACA – Espécie de mala ou sacola que se levava no lombo de animais.

BUGIGANGA – Objeto de pouco ou nenhum valor ou utilidade.

BUNDA – Nádegas, na língua falada pelos bundos de Angola.

BÚZIOS – Conchas marinhas usadas antigamente na África como moedas e, em nossos dias, em cerimônias religiosas e em jogos de previsão.

C

CAÇAMBA – Balde para tirar água de um poço; local onde se depositam detritos.

CACHAÇA – Bebida alcoólica; pinga;

CACHIMBO – Tubo de fumar, com um lugar escavado na ponta para se colocar o tabaco.

CACIMBA – Poço ao ar livre, onde se retém a água da chuva para diversas finalidades. Cova que recolhe água de terrenos pantanosos.

CAÇULA – O mais novo.

CACULÉ – Cidade da Bahia.

CACUNDA – Corcunda. Corcova. Costas.

CAFIFE – Diz-se de pessoa que dá azar.

CAFOFO – Lugar que serve para guardar objetos usados;

CAFUÁ – Esconderijo. Casebre.

CAFUCA – Centro; esconderijo.

CAFUCHE – Irmão do Zumbi.

CAFUCHI – Serra.

CAFUNDÓ – Lugar afastado, de acesso difícil.

CAFUNÉ – Coçar a cabeça de alguém.

CAFUNGÁ – Pastor de gado.

CAFUZO – Mestiço de negro e índio.

CALANGO – Lagarto. Dança afro-brasileira.

CALOMBO – Inchaço. Quisto, doença.

CALUMBÁ – Planta

CALUNDU – Mau humor;

CALUNGA – sf. 1. Coisa qualquer de tamanho reduzido. 2. Boneco pequeno.

CAMUNDONGO – Rato pequeno.

CANDOMBLÉ – Casas ou terreiros de diferentes nações – Angola, Congo, Jêje, Nagô, Ketu e Ijexá – onde são praticados os rituais trazidos da África. Esses cultos são dirigidos por um Babalorixá (pai-de-santo) ou por uma Ialorixá (mãe-de-santo). Um dos mais tradicionais é o de Gantois,em Salvador, na Bahia. No passado, o candomblé foi muito perseguido.

CANDONGA – Intriga, mexerico.

CANGA – Tecido com que se envolve o corpo. Peça de madeira colocada no lombo dos animais.

CANJERÊ – Feitiço, mandinga.

CANJICA – Papa de milho verde ralado.

CAPANGA – Guarda-costas. Bolsa pequena que se leva a tiracolo.

CAPENGA – Manco. Com andar de bêbado.

CAPOEIRA – Jogo de corpo, agilidade e arte, que usa técnicas de ataque e de defesa com os pés e as mãos. As rodas são acompanhadas por palmas, pandeiros, chocalhos, berimbaus e cânticos de marcação.

CARIMBO – Instrumento de borracha. Marca. Sinal.

Carimbó – Tipo de dança afro-brasileira originária da região norte do Brasil.

CARURU – Iguaria da culinária afro-brasileira, feita com folhas, quiabos e camarões secos.

CASSANGUE – Grupo de negros da África.

CATIMBA – Manha. Astúcia.

CATIMBAU – Prática de feitiçaria.

CATINGA – Fedor; mau cheiro.

CATITA – Pequeno, baixo, miúdo. Nome dado no Nordeste a um ratinho novo.

CATUNDA – Sertão.

CATUPÉ – Cortejo afro-mineiro.

CAXAMBU – Grande tambor usado na dança harmônica.

CAXANGÁ – Jogo praticado em círculo.

CAXIXÍ – Chocalho pequeno feito de palha.

CAXUMBA – Inflamação das glândulas salivares.

CAZUMBÁ – Negro velho, personagem do Boi-Bumbá paraense.

CAZUMBI – Alma penada.

CHILIQUE – Desmaiar. “Ter um troço”.

CHUCHU – Fruto comestível.

COCHILAR – Breve soneca. Sono leve.

CONGADAS ou CONGOS – Danças dramáticas com enredo e personagens característicos, como reis, rainhas, príncipes, princesas, embaixadores, chefes de guerra e guerreiros, que se despedem, no final das apresentações, cantando.

COQUE – Bater na cabeça com o nó dos dedos. Tipo de penteado onde o cabelo é todo preso num arranjo único no alto da cabeça; há uma corrente que acredita ser o nome proveniente do inglês “cock”, que significa galo, e outra que associa o nome a barulho que é feito e também ao “galo” na cabeça.

CUBATA – Choça de pretos; senzala. Palhoça

CUÍCA – Instrumento musical que emite um ronco peculiar.

CUMBA – Forte, valente.

CUMBE – Povoação em Angola.

D

DENDÊ – Fruto de uma palmeira (dendezeiro), de onde é extraído o azeite.

DENGO – Gesto de carinho. Manha, birra.

DENGOSO – Manhoso. Chorão.

DIAMBA – Um tipo de erva alucinógena.

E

EBÓ – Oferenda feita aos orixás para se resolver os mais diferentes desejos e problemas.

EFÓ – espécie de guisado de camarões e ervas, temperado com azeite de dendê e pimenta.

EMBALAR – Acalentar; balançar; fazer adormecer.

EMPACAR – Não continuar. Não prosseguir. Diz-se quando o animal firma teimosamente as patas para não prosseguir viagem.

ENCABULAR – Envergonhar-se. Ficar vexado por algum motivo.

ENGABELAR – Enganar. Iludir jeitosamente. Trapacear. Engodo. Embuste.

ESCANGALHAR – Desordem. Confusão. Desmantelo. Dano causado por estrago.

ESPANDONGADO – Desajeitado. Defeituoso. Arruinado. Desarrumado. Relaxado. Descomedido. Arreliado.

EXU – Divindade que é considerada o intermediário entre o Céu e a Terra. Aquele que está em todos os lugares. Dono das encruzilhadas. Representa a ambivalência humana, os comportamentos e desejos contraditórios.

F

FAROFA – Mistura de farinha com água, azeite ou gordura.

FOFOCA – Intriga. Mexerico

FUÁ – Briga. Rolo. Desordem. Intriga.

FUBÁ: Farinha de milho.

FULEIRO – Reles. Ordinário. Sem Valor. Farrista.

FULO: Irritado. Zangado.

FURDUNCIO – Também pronunciado e escrito como “Forduncio”, significa festança popular. Divertir-se com alarido. Barulho. Desordem.

FUNGAR – Fazer ruído com o nariz ao inspirar o ar. Assoar o nariz. Coriza na fossa nasal. Fuçar.

FUTUM – Mau cheiro. Fedor. Peixe morto na superfície da água.

FUXICO – Falar mal dos outros. Artesanato popular feito com pedaços de panos. Costurar superficialmente. Alinhavar. Amarrotar.

FUZARCA – Farra. Desordem. Bagunça.

FUZUÊ – Festa. Confusão. Turbilhão nas águas de um rio.

G

GALALAU – Pessoa muito alta.

GAMBÉ – Designação de um policial na gíria dos travestis, menores e delinqüentes em geral.

GANDAIA – Farra. Bagunça. Vadiagem. Ofício de trapeiro. Pessoa sem préstimo. Inerte.

GANGA ZUMBA – Título dado aos chefes guerreiros. Um dos mais famosos líderes da confederação de Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas.

GANZÁ – Chocalho.

GARAPA – Caldo da cana. Bebida formada pela mistura de mel-açúcar-água.

GERINGONÇA – Coisa malfeita e de duração precária. Objeto ou coisa estranhos cujo nome e finalidade não se conhece.Ginga – Bamboleio. Balanço com o corpo. Dançar com o corpo ao som de uma música ou instrumento. Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol. Sacerdotisa do culto Omolocô. Remo que se usa para fazer a embarcação balançar.

GINGA – Movimento corporal na capoeira, na dança e no futebol.

GOGÓ – Pomo-de-Adão. Garganta. Laringe

GONGUÊ – Instrumento musical semelhante ao agogô.

GOROROBA – Comida feita com restos de diversos alimentos. Diz-se também do indivíduo lento, molengão ou covarde.

GRIGRI – Amuleto que protege o seu possuidor.

GUANDU – O mesmo que andu (fruto do anduzeiro), ou arbusto de flores amarelas, tipo de feijäo comestível.

GUIMBA – Resto ou ponta do cigarro.

H

HÃ – Interjeição de surpresa, espanto ou de admiração entre os Iorubás. Manifestação de incompreensão. Não entendimento.

I

IAIÁ – Tratamento dado às moças e meninas na época da escravidão. Na Luanda antiga, era o tratamento respeitoso que as filhas e netas dos escravos davam às patroas.

IEMANJÁ: deusa africana, a mãe d’água dos iorubanos.

IMPALA – Espécie de antílope africano. O nome batizou também um modelo de automóvel da Chevrolet.

IMPLICAR – Provocar. Amolar. Intrometer. Contender.

INHAME – Designação comum de um tipo de tubérculo comestível menor que a mandioca; homem de corpo defeituoso. Coisa ou objeto disforme ou deformada.

IORUBANO – Habitante ou natural de Ioruba (África).

J

JABÁ – Suborno oferecido a programador de emissora de rádio ou televisão para que inclua na programação determinada obra musical. Certo tipo de abóbora.

JABACULÊ – Gorgeta. Propina. Dinheiro.

JAGUNÇO – Capanga. Combatente das forças de Antonio Conselheiro na Guerra de Canudos. Cangaceiro.

JEGUEDÊ – Dança negra.

JERERÊ – Nome dado ao cigarro de maconha. Faísca. Centelha.

JERIBATA – Álcool; aguardente.

JILÓ – Fruto verde de gosto amargo.

JONGO – Dança tradicional afro-brasileira.

L

LAMBADA – Golpe dado com o chicote, tabica ou rebenque. Copo ou gole de bebida alcoólica. Dança de salão de origem amazônica. Significa bater, castigar, ferir, atingir com golpe ou pancada.

LAMBANÇA – Desordem. Sujeira. Serviço malfeito. Embuste. Trapaça em conversa ou jogo.

LAMBÃO – Indivíduo que não sabe lidar com as coisas sem sujar-se.

LAMBUJA – Vantagem que um jogador concede ao parceiro ou rival. Aquilo que se ganha ou dá além do combinado.

LAPADA – Lambada. Bofetada. Espécie de pá semelhante ao remo.

LARICA – Apetite desenfreado após a ingestão da maconha. Dificuldade. Aperto. Apuro.

LENGA-LENGA – Conversa, narrativa ou discurso enfadonho.

LERO-LERO – Conversa fiada. Palavreado vazio.

LIBAMBO – Bêbado (pessoas que se alteram por causa da bebida).

LUNDU – Primitivamente dança africana.

M

MAASSAGANA – Confluência, junção de rios em Angola.

MÁCULA(O) – Nódoa, mancha.

MACULELÊ – Folguedo popular de origem baiana, misto de jogo de dança com bastões ou facões.

MACUMBA – Nome pejorativo dado aos cultos afro-brasileiros. Audaz. Ousado. Certo tipo de reco-reco. Cada uma das filhas de santo nos terreiros de origem Banta. Antigo jogo de azar. Antiga denominação que se dava à maconha.

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MACUMBEIRO – adj. sm. Diz-se de, ou praticante da macumba. .

MALUCO – Alienado mental. Endoidecido.

MALUNGO – Título que os escravos africanos davam aos que tinham vindo no mesmo navio; irmão de criação.

MAMONA – Fruto da família das euforbiáceas. Rícino.

MAMULENGO – Fantoche. Teatro de fantoches.

MANDINGA – Bruxaria. Feitiço. Talismã. Qualidade de jogo de capoeira.

MANGAR – Zombar. Caçoar.

MANGUE – Comunidade geográfica localizada em áreas onde o solo é formado por uma lama escura e mole. Terreno lamacento.

MANHA – Choro infantil sem causa. Birra. Malícia. Ardil. Artimanha. Habilidade manual.

MARACATU – sm. Oriundo da região do Estado de Pernambuco (PE), é um cortejo carnavalesco que segue uma mulher que, num bastão, leva uma bonequinha enfeitada, a calunga. 2. Certo tipo de dança afro-brasileira. Em Recife/PE, os maracatus de nação representam embaixadas africanas com todo o séquito real.

MARACUTAIA – Trapaça. Embuste. Engodo. Golpe.

MARAFA(O) – Vida desregrada. Licenciosa. Cachaça. Vinho. Diz-se também do tipo de vida, por exemplo: “Viver na marafa…”, viver entregue ao vício da bebida e da vadiagem.

MANO – Tratamento respeitoso entre os antigos sambistas cariocas (“Mano” Elói, “mano” Décio etc.). Irmão.

MARIMBA– Peixe do mar. 2. Artifício de amarrar uma linha a algum objeto (pedra, garrafa, etc) para resgatar pipas onde não se alcança com as próprias mãos (RJ).

MARIMBONDO – Certo tipo de vespa.

MATUTO – Indivíduo que vive no mato. Na roça. Pessoa ignorante e ingênua.

MAXIXE – Fruto do maxixeiro. Certo tipo de chuchu espinhoso. Dança brasileira de salão.

MIÇANGA – Conta de vidro miúda. Ornatos feitos com esse tipo de conta. Colar.

MILONGA – Desculpas descabidas. Manhas. Dengues. Mexericos. Intrigas. Feitiço. Sortilégio Bruxedo. 2. Música e dança de origem platina.

MINGAU – Papa de farinha de cereais com leite, açúcar e outros ingredientes. Em língua oeste-africana, era um tipo de milho cozido em água e sal. Na linguagem Banta, é o ato de molhar o pão no pirão ou molho.

MOCAMBO – Cabana. Palhoça. Habitação miserável. Couto de escravos fugidos na floresta.

MOCHILA – Alforge. Bornal que se leva às costas.

MOCORONGO – Mulato escuro. Caipira. Indivíduo natural de Santarém/PA. Palhaço da folia de reis. Mosquito transmissor do impaludismo.

MOCOTÓ – Pata de bovino utilizada como alimento. Tornozelo.

MOLAMBO – Trapo. Pano velho rasgado ou sujo. Roupa esfarrapada. Indivíduo fraco e sem caráter. Corpo velho, cansado, moído.

MOLENGA – Mole. Indolente. Preguiçoso. Medroso e covarde.

MOLEQUE – Negrinho. Indivíduo irresponsável. Canalha. Patife.

MONDONGO – Indivíduo sujo e desmazelado. Boneco de pano sem governo.

MONGO – Sujeito bobo. Moleirão. Débil mental.

MOQUECA – Guisado de carne ou peixe tradicional da culinária afro-brasileira.

MORINGA – Garrafão ou bilha de barro para conter e refrescar água potável. Cântaro.

MUAMBA – Cesto ou canastra para transporte de mercadorias. Furto de mercadorias nos portos. Contrabando. Negócio escuso.

MUCAMA – Escrava doméstica. Concubina. Escrava que era amante do seu senhor.

MULUNGA – Árvore.

MUNGUZÁ – Iguaria feita de grãos de milho cozido, em caldo açucarado, às vezes com leite de coco ou de gado. O mesmo que canjica.

MUQUIFO – Lugar sujo e em desordem. Palavra ligada ao Kicongo, significa também latrina. Casebre. Choupana

MURUNDU – Montanha ou monte; montículo; o mesmo que montão.

MUTAMBA – Árvore.

MUTRETA – Trapaça. Confusão.

MUVUCA – Confusão. Algazarra.

MUXIBA – Pelanca. Pedaços de carne magra.

MUXINGA – Açoite; bordoada.

MUXONGO – Beijo; carícia.

N

NENÊ – Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provém do Umbundo “nene”, que quer dizer pedacinho, cisco.

O

ODARA – Bom. Bonito. Limpo. Branco. Alvo.

OGUM ou OGUNDELÊ – Deus das lutas e das guerras.

ORIXÁ– Divindade de religiões afro-brasileiras. Divindade secundária do culto jejênago, medianeira que transmite súplicas dos devotos suprema; divindade desse culto; ídolo africano.

P

PAMONHA – Certo tipo de iguaria derivada do milho. Diz-se também da pessoa molenga. Inerte. Desajeitada. Preguiçosa. Lenta.

PATOTA – Turma. Grupo.

PENDENGA – Litígio. Rixa. Contenda.

PERRENGUE – Dificuldade ou aperto financeiro. Diz-se também da pessoa fraca. Covarde. Animal imprestável.

PIMBA – Pênis de menino

PINDAÍBA – Falta de dinheiro. Miséria feia.

PINGA – Aguardente extraída do caldo da cana.

PIRÃO – Papa grossa de farinha de mandioca.

PITO – Cachimbo. Cigarro. Repreensão. Censura. Dar bronca.

PITOCO – Objeto ou utensílio o qual já falta uma parte essencial. Parte amputada ou a restante no corpo humano.

PUITA: corpo pesado usado nas embarcações de pesca em vez fateixa.

PUTA – Gen. Elemento utilizado para qualificar algo ou alguém como grande ou excelente: Exemplos: “Um puta homem”, “Uma puta casa”; Originário do Quicongo “mbuta” que significa notável, melhor. Também significa a forma apocopada de prostituta.

Q

QUEIMANA – Iguaria nordestina feita de gergelim .

Quenga – Guisado de quiabo com galinha. Mulher prostituída. Meretriz.

QUENGO – Cabeça. Região próxima da nuca.

QUIABO – Fruto de forma piramidal, verde e peludo.

QUIBEBE – Papa de abóbora ou de banana.

QUIBUNGO – Invocado nas cantigas de ninar, o mesmo que cuca, festa dançante dos negros.

QUILOMBO – Valhacouto de escravos fugidos. 2. Quer dizer acampamento ou fortaleza. Folguedo popular alagoano em forma de dança dramática.

QUIMBEBÉ – Bebida de milho fermentado.

QUIMBEMBE – Casa rústica, rancho de palha.

QUIMGOMBÔ – Quiabo.

QUINDIM – Doce feito com a gema do ovo, côco e açúcar. Na Bahia significa também meiguice, dengo, encanto, carinho.

QUITUTE: Comida fina, iguaria delicada. Iguaria. Acepipe. Canapé.

QUIZÍL(I)A – Antipatia ou aborrecimento. Ojeriza. Aversão. Implicância.

QUIZUMBA – Confusão. Briga.

R

REQUENGUELA – Engelhado. Encolhido. Tímido. Fraco. Sem substância.

S

SAMBA – Dança cantada de origem africana de compasso binário (da língua de Luanda, semba = umbigada). Nome genérico de um ritmo de dança afro-brasileiro.

SAPECA – Diz-se de moça muito namoradeira ou assanhada. Diz-se também da criança muito arteira.

SARAPATEL – Guisado feito com sangue e miúdos de certos animais, especialmente o porco.

SARARÁ – Alourado. Arruivado.

SARAVÁ – Palavra usada como saudação nos cultos afro-brasileiros, significa “salve”.

SENZALA: alojamento dos escravos.

SERELEPE – Vivo. Buliçoso. Astuto. Esperto.

SOBA – Chefe de trigo africana.

SONGAMONGA – Pessoa dissimulada. Sonsa. Débil. Boba.

SOVA – Dar pancadas com a mão. Espancar.

T

TAGARELA – Pessoa que fala muito e à toa.

TANGA – Pano que cobre desde o ventre até as coxas.

TANGO – Dança argentina popularizada no Brasil, proveniente do espanhol “tango” e do Kimbundo “tangu” (pernada), que era uma forma de bailado de negros ao som de tambores e outros instrumentos.

TRAMBIQUE – Negócio fraudulento. Vigarice. Logro.

TRIBUFÚ – Maltrapilho. Negro feio.

TU – Diz-se do negro tido como sendo bruto. Boçal. Grosseiro. Oposto ao negro bom e passivo; “…Este samba/que é misto de maracatú/é samba de preto velho/ samba de preto TÚ…”; Pode ser também uma redução de Bantú.

TUNDA – Surra. Sova. Crítica severa.

TUTANO – Substância mole e gordurosa no interior dos ossos.

TUTU – Maioral. Manda-chuva. Indivíduo valente e brigão. Feijão cozido e refogado ao qual se vai adicionando farinha até dar a consistência de pirão. Dinheiro. Grana.Suborno. 2. Iguaria de carne de porco salgada, toicinho, feijão e farinha de mandioca.

U

URUCUBACA – Azar. Má sorte. Diz-se também de uma praga rogada por pessoa inimiga.

URUCUNGO – sm. Berimbau (instrumento musical).

V

VATAPÁ – sm. Da culinária (comida), iguaria de origem africana, à base de peixe ou galinha, com camarão seco, amendoim etc., temperada com azeite de dendê e pimenta.

X

XARÁ – Pessoa que tem o mesmo nome que outra.

XENDENGUE: magro, franzino.

XEPA – As últimas mercadorias vendidas nas feiras livres, mais baratas e de qualidade inferior. Sobras. Coisa inferior.

XODÓ – Amor. Sentimento profundo que se demonstra por algo ou alguém. Carinho.

Z

Zabumba – Tambor grande. Bumbo.

ZAMBI ou ZAMBETA: cambaio, torto das pernas. zumbi: sm. Fantasma que vaga pela noite, segundo lenda afro-brasileira. Nota: Nome do herói nacional Zumbi dos Palmares.

ZANGAR – Causar zanga (de zangado). Mau humor. Birra. Irritação. Diz-se também de coisa estragada ou azeda.

ZANZAR – Andar à toa. Sem destino.

ZIQUIZIRA – Doença ou mal-estar cujo nome não se conhece.

ZOEIRA – Conhece-se também por Azueira. Algazarra. Falatório.

ZOMBAR – Tratar com descaso. Escarnecer. Gracejar.

ZUNZUM – Boatos. Cochichos. Mexericos.

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