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Se você chegou até aqui e está se perguntando o que é Wicca, seja bem-vindo, e prepare-se para uma longa caminhada de conhecimento dentro dos mistérios naturais da magia.
A Wicca é uma religião de mistérios e veneração à natureza, que tem como base de suas crenças os conceitos do Neopaganismo.
Assim, a Wicca é uma religião Neopagã, um nome alternativo dado à Bruxaria Moderna, que se inspira no Paganismo dos Antigos Povos da Europa e que se propõe a celebrar novamente a Deusa Mãe e os Antigos Deuses da natureza, criando e recriando os rituais de antigas culturas onde estas Deidades foram um dia celebradas.
O reavivamento e a sobrevivência moderna da Antiga Religião baseada na Terra e suas manifestações. Isto é o que é Wicca, e suas raízes espirituais estão no neolítico e paleolítico europeu, tempo em que os povos primitivos cultuavam o feminino, a Deusa Mãe como a grande criadora, nutridora e sustentadora da vida.
O culto à Deusa é anterior à Era de Touro, que data de 4000 à 2000 a.C. Neste período os homens sobreviviam basicamente da caça e da pesca e adoravam as forças da natureza e principalmente a Grande Mãe, que era provedora de todo o sustento.
Uma outra divindade, o Deus Cornífero, considerado o princípio masculino da criação, também era reverenciado e cultuado para proporcionar caças fartas e ao mesmo tempo proteção.
Durante milhares de anos os antigos povos europeus seguiram reverenciando a Grande Mãe como sua principal divindade, até que em meados do século 400 d.C. (*) uma nova religião surgiu e dominou a Europa, o Cristianismo, introduzindo primeiramente em Roma, se espalhou enquanto o Império se expandia e conquistava vários países pelo mundo. Aos poucos a fé cristã foi ganhando adeptos e conquistando as classes políticas.
Por motivos políticos, muitos reis e líderes de tribos europeias foram romanizados e posteriormente cristianizados.
Clamando a fé em um Deus único, o Cristianismo passou paulatinamente a perseguir os Deuses e festividades Pagãs e sincretizar algumas das festas mais importantes do calendário Pagão, transformando alguns Deuses Antigos em santos para que os cultuadores da Deusa fossem aos poucos assimilando a nova fé.
O Deus Cornífero, filho e Consorte da Deusa, representado com chifres na cabeça em alusão aos animais que protegia, antes celebrado como o princípio do bem, da fartura e abundância, foi transformado na figura do Diabo pelos Cristãos europeus.
Com isso, os Pagãos tiveram que passar a se encontrar na clandestinidade e foram obrigados a participar da nova fé. Aos poucos a prática da Antiga Religião nas cidades se tornou impossível, de forma que aqueles que se mantinham fiéis a ela tiveram que se afastar para zonas rurais. Daí surgiu o nome “Pagão”, com origem no latim Paganus significando “povo do campo”, um termo usado muitas vezes para diminuir e depreciar os que ainda mantinham viva a chama do Paganismo e das muitas expressões da Religião da Deusa.
Com o passar do tempo, o termo “Pagão” se tornou um insulto usado pelos Cristãos para se referir a todos os que não tinham se convertido à nova fé. Paulatinamente a terminologia “Pagão” passou a ganhar novas conotações, como seguidor de uma falsa religião e qualquer coisa que expressasse um misto de ateu, agnóstico, hedonista e praticante ou cultuador do mal.
A partir de 1231 d.C (**) o Paganismo foi brutalmente perseguido e inúmeros de seus continuadores foram julgados e executados através da Inquisição. Isto fez com que as práticas Pagãs entrassem num declínio crescente e constante. Os antigos mitos da Deusa foram aos poucos se transformando em contos de fada, seus rituais em crendices populares e por séculos parecia que a Antiga Religião Pagã havia definitivamente desaparecido.
Em 1951, quando a última lei ainda existente contra a Bruxaria foi revogada na Inglaterra, Gerald Gardner, considerado o pai da Bruxaria Moderna, decidiu revelar que as práticas da Bruxaria da Europa antiga não haviam morrido, mas continuavam vivas e ainda eram praticadas no interior dos Covens e por muitas famílias de Bruxos sob um novo nome, Wicca
O conteúdo deste texto foi retirado do livro Wicca para todos de Claudiney Prieto.
(*) 400 E.C.
(**) 1231 E.C.
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